Wednesday, October 7, 2009

Amamentação

Hoje li um texto muito interessante sobre amamentação - o que é o natural da nossa espécie e a briga da nossa atual sociedade e cultura contra essa natureza. Nunca postei nada sobre amamentação aqui, e aproveitando que hoje li esse texto ótimo, achei que seria uma boa oportunidade de compartilhar com outras mães.
Aproveito para deixar uma breve opinião sobre o assunto amamentação: não entendo como uma mulher pode simplesmente optar por "não amamentar". Sei que o caminho é árduo, sei que também terei muitas, inúmeras, dificuldades no começo, mas acho que com insistência, perseverança e amor, a gente vence as barreiras iniciais e pode propiciar ao nossos filhos o alimento mais precioso, mais adequado, que vai protege-los durante muitos meses, além de fortalecer nosso vínculo de amor com eles, e criar filhos mais seguros.

Segue um trecho do texto. O restante pode ser encontrado em:
http://www.e-familynet.com/out/out.php?url=http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=2423447090748619589

"Desmame: Fatos e Mitos
Elsa Regina Justo Giugliani
(O texto é do Boletim Científico da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, maio de2005. )

O homem é o único mamífero em que o desmame (aqui definido como a cessação do aleitamento materno) não é primariamente determinado por fatores genéticos e instinto, sendo fortemente influenciado por fatores sócio-culturais.

Hoje, ao contrário do que ocorreu por pelo menos dois milhões de anos, ao longo da evolução da espécie humana, a mulher opta (ou não) pela amamentação e, influenciada por múltiplos fatores, decide por quanto tempo vai (ou pode) amamentar. Muitas vezes, as preferências culturais (não amamentação, introdução precoce de outros alimentos na dieta da criança, amamentação de curta duração) entram em conflito com a expectativa da espécie. Algumas conseqüências dessa divergência já puderam ser observadas, como desnutrição e alta mortalidade infantis, sobretudo em áreas menos desenvolvidas. Porém, as conseqüências a longo prazo ainda não são totalmente conhecidas, já que transformações genéticas não ocorrem com a rapidez com que podem ocorrer mudanças de hábitos. Começam a ser mostradas evidências de que o não amamentar segundo as expectativas da espécie pode ter repercussões negativas ao longo da vida dos indivíduos. Assim, a não-amamentação ou amamentação sub-ótima podem favorecer o aparecimento de doenças alérgicas, diversas doenças do sistema imunológico, alguns tipos de cânceres, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares, além de interferir negativamente no desenvolvimento oro-facial. Provavelmente, com o aparecimento de novas pesquisas nessa área, outros males serão relacionados com os hábitos "modernos" de alimentação infantil, mas alguns aspectos dificilmente podem ser quantificados, especialmente os relacionados com a psique humana.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe.
Hoje, em muitas culturas "modernas", a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a "convenção" da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê.

Quadro 1 - Sinais sugestivos de que a criança está madura para o desmame mãe e bebê.
- Idade maior que um ano.
- Menos interesse nas mamadas.
- Aceita variedade de outros alimentos.
- É segura na sua relação com a mãe.
- Aceita outras formas de consolo.
- Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais.
- Às vezes dorme sem mamar no peito.
- Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar.
- Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe ao invés de mamar.

Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal.

Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava: "Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional". Essas palavras sábias podem ter pouco respaldo em sociedades individualistas, que tendem a acelerar o processo de independização do ser humano, substituindo o seio por métodos de auto-consolo como chupetas, paninhos, mantinhas, ursinhos, etc. Segundo diversas teorias, o período natural de amamentação para a espécie humana seria de 2,5 a sete anos.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Apesar dessa recomendação, poucas mulheres no Brasil amamentam por mais de dois anos.

As razões para a não amamentação prolongada variam desde dificuldade em conciliar a amamentação com outras atividades, até crença de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto-de-vista psicológico. Uma parcela de mães, apesar de demonstrar desejo em continuar a amamentação, sente-se pressionada a desmamar por profissionais de saúde, seus maridos, parentes, vizinhos e amigos. "

(continua em
http://www.e-familynet.com/out/out.php?url=http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=52101&tid=2423447090748619589)

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